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Missa da Ceia do Senhor

“Canta, ó língua, o mistério do Corpo glorioso e do Sangue precioso que o Rei de todos os povos, nascido de Mãe fecunda, derramou para resgate do mundo”.

É preciso adorar devotamente este Deus escondido. Ele é o mesmo Jesus Cristo que nasceu da Virgem Maria, o mesmo que lavou os pés dos discípulos, o mesmo que padeceu e foi imolado na cruz, o mesmo cujo peito traspassado jorraram água e sangue.

Este é o sagrado banquete em que se recebe o próprio Cristo, se renova a memória da sua Paixão e, por meio dEle, a alma chega a um convívio íntimo com o seu Deus e possui um penhor da glória futura.

O Deus na nossa fé não é um ser longe de nós, que contempla com indiferença a sorte dos homens, os seus anseios, lutas e angústias. É um Pai que ama os seus filhos até o extremo de lhes enviar o Verbo, a segunda pessoa da Santíssima Trindade, para que, pela sua encarnação, morra por eles e os redima; o mesmo Pai amoroso que agora nos atrai suavemente a si, mediante a ação do Espírito Santo que habita em nossos corações.

A alegria da Quinta-feira santa nasce desse mistério, de compreendermos que o Criador se excedeu no amor pelas criaturas. E como se não bastassem todas as outras provas de misericórdia, Nosso Senhor Jesus Cristo instituiu a Eucaristia para que pudéssemos tê-lo sempre junto de nós e porque, movido pelo seu Amor, Ele, que de nada necessita, não quis desistir de nós.

A Trindade enamorou-se do homem, elevado à ordem da graça e feito à sua imagem e semelhança. Redimiu-nos do pecado – do pecado de Adão, que recaiu sobre toda a sua descedência, e dos pecados pessoais de cada um – e deseja vivamente morar em nossa alma.

O Amor da Trindade pelos homens fez com que, da presença de Cristo na Eucaristia, nasçam para a Igreja e para a humanidade todas as graças.

Este é o sacrificio profetizado por Malaquias: “Desde o nascer do sol até o seu ocaso, é grande o nome do Senhor, e em todo lugar se oferece ao meu nome um sacrifico fumegante e uma oblação pura”.

O celebramos hoje é o sacrifico de Cristo, oferecido ao Pai pela ação do Espírito Santo: oblação de valor infinito, que eterniza e nós a Redenção que os sacríficios da Antiga Lei não podiam alcançar. Nós temos acesso à essa graça, busquemos todos os dias nos alimentar o Pão que se faz presença em nosso meio.

 

Por:
Padre Durval Filho
Administrador paroquial da Paróquia São Francisco de Assis, Maravilha/Quixeramobim.