Seminário Maior – Histórico

Tendo sido criada a Diocese de Quixadá e instalada aos 20 de agosto de 1971, em meio às dificuldades se encontrava a de realizar um trabalho vocacional que pudesse dar frutos no coração dos jovens tomando-os sensíveis ao chamado de Cristo para o serviço da Igreja de Deus.

O clero contava apenas com 12 padres, e, por conseguinte, a da formação dos futuros candidatos tornou-se uma grande necessidade. Tal preocupação já havia sido manifesta primeiramente pelo Santo Padre Paulo VI na Bula “Qui summopere”, de criação da Diocese, quando escreveu: “no que se refere aos seminários e à formação dos alunos, observem-se as normas do Direito Comum e do decreto […] “Optatam totius” […] Os jovens, porém, que se distinguirem […] sejam enviados à Roma, para cursarem as disciplinas filosóficas e teológicas”.

 Mons. Luiz Braga Rocha

Mons. Luiz Braga Rocha

Após alguns anos de trabalho, as vocações foram surgindo, mas a Diocese ainda não dispunha de um espaço melhor para preparar os jovens a fim de serem enviados ao seminário maior, tendo eles que residirem na modesta casa preparada para o Bispo. Dom Joaquim Rufino, primeiro Bispo, lançou-se no projeto de construir um seminário menor para garantir o quanto estabelece o decreto conciliar mencionado acima a que recordou o Papa.

Em 27 de novembro de 1975 deu-se início a construção do seminário, orientada pelo, então, vigário geral Monsenhor Luiz Braga Rocha.

Dom Rufino (1°Bispo da Diocese de Quixadá)

Dom Rufino
(1°Bispo da Diocese de Quixadá)

Aos 23 dias do mês de janeiro de 1977 deu-se a inauguração do Seminário Menor (Centro Vocacional Pio XII). Na ocasião Dom Rufino celebrou a Santa Missa e abençoou os novos espaços da Diocese na presença de Mons. Luiz, Pe. José Bezerra, grande número de fiéis e das Irmãs Josefinas: Portela Prado, Maria Gomes e Antônia Sales.  Até o ano de 1997 o então “Centro vocacional Pio XII” acolheu jovens provenientes das várias paróquias da Diocese para cursarem o ensino médio e o propedêutico. Depois disso os enviava para o Seminário Regional Nordeste I em Fortaleza, a fim de cursarem filosofia e teologia.

Durante esse período houve época de muito dinamismo pastoral. Consultando os arquivos, pode-se ver um intenso movimento de jovens que entravam no seminário, mas infelizmente o número dos que chegavam a concluir o caminho formativo e ao sacerdócio era mínimo.

Os anos de 1996 e 1997 foram significativos para história do nosso seminário. Em comemoração dos 25 anos de criação da diocese em 1996 foram realizadas as Santas Missões em todas as paróquias e houve um aumento extraordinário nas vocações sacerdotais.

A diocese acolheu este fato como um dom de Deus e ao mesmo tempo se preocupou em acolhê-lo bem e fazê-lo dar frutos. Foi ai que nasceu a necessidade e o interesse de transformar o “Centro Vocacional Pio XII” num Seminário Maior.

Dom Adélio (2° Bispo de Quixadá)

Dom Adélio (2° Bispo de Quixadá)

Dom Adélio, juntamente com Pe. Benildo – então reitor do seminário – e outros idealizaram a formação dos próprios seminaristas na própria Diocese, incluindo a possibilidade de acolher seminaristas de outras Dioceses. Assim em 08 de dezembro de 1996, com o decreto N° 28, Dom Adélio criou o curso de filosofia instalando no seminário o “Instituto de Filosofia e Catequese”. Desse modo em 1997 deu-se inicio à primeira turma do curso seminarístico de filosofia. Com a presença de cinco seminaristas, deu-se a viabilização daquele ousado projeto. Vontade de Deus, manifestada no mais vulnerável instrumento da sua ação criadora: o homem.

No ano seguinte, 1998, chegavam a Quixadá os primeiros seminaristas de outras dioceses do Regional, eram elas, Tianguá e Iguatú com os seminaristas de Quixadá, somando o primeiro grande grupo mudando de forma surpreendente aquilo que aos olhos de muitos parecia ser um insignificante projeto; não para Deus!

Não se pode negar, também, que a criação do Seminário Maior visava à contenção das despesas de sustento e estudos dos seminaristas em Fortaleza. Era realmente impossível a Diocese manter em tomo de 20 seminaristas fora do território. Todavia, o novo seminário queria marcar um novo tempo na história da formação sacerdotal, onde se apostava muito na melhoria da qualidade do presbitério. Neste sentido Dom Adélio, resolveu enviar seminaristas e sacerdotes a Roma a fim de especializarem­-se nas várias áreas da Filosofia e da Teologia, e assim, prepararem-se para assumir melhor as tarefas de formadores e professores.

Aos 08 de setembro de 1999 foi dado o segundo passo marcante da história do Seminário Diocesano de Quixadá. Dom Adélio Tomasin, com o decreto N° 45199, criou o Curso de Teologia “para formar pastores segundo o coração de Deus e para que estes formem um presbitério segundo as necessidades desta Igreja particular …” como ele mesmo escreveu no decreto.

Em 2003 o curso de Teologia teve a aprovação do Ministério da Educação MEC, e em 2004 foi aprovado o curso de Filosofia, dando, assim, partida para o surgimento da nossa “Faculdade Católica Rainha do Sertão”. Em 2009 o curso de Teologia recebeu reconhecimento pelo MEC e em 2010 foi a vez do curso de Filosofia.

Da criação do seminário aos dias de hoje, tivemos como alunos, seminaristas das Dioceses de Quixadá, Sobral, Iguatú, Tianguá, Pesqueira (PE), Cajazeiras (PB) e Brejo (MA), além de membros de congregações religiosas e associações de fieis.

Dom Angelo Pignoli (Bispo da Diocese de Quixadá)

Dom Angelo Pignoli
(Bispo da Diocese de Quixadá)

Dom Angelo Pignoli, em 2008, promulgou o decreto 02/08 determinando a consagração do seminário de Quixadá  a Santa Mãe de Deus, Maria Santíssima, que nesta querida Diocese recebe o título de Rainha do Sertão. Assim o seminário passa a se chamar oficialmente Seminário Maior Diocesano Nossa Senhora Imaculada Rainha do Sertão. Neste breve período histórico já podemos contar com muitos sacerdotes que fizeram toda ou parte da formação aqui em Quixadá.

O primeiro Reitor do Seminário foi o próprio Bispo Dom Rufino permanecendo nesta missão até às primeiras ordenações que aconteceram somente oito anos depois. O segundo reitor foi o Revmo. Pe. Luiz Orlando de Lima, sacerdote diocesano, que assumiu o seminário por ocasião da transferência de Dom Rufino para a Diocese de Parnaíba. O terceiro reitor foi o Revmo. Pe. Benildo Ceresa, PSDP, que assumiu o seminário em 1991 e permaneceu até dezembro de 2001. O quarto reitor foi o Revrno. Pe. Gustavo Balbinot, PSDP, assumindo o seminário em janeiro de 2002 e permanecendo até dezembro de 2003. O quinto reitor foi o Revmo. Pe. Antônio Eronildo de Oliveira, sacerdote diocesano, que assumiu o seminário em janeiro de 2004 e permaneceu até julho de 2006. O sexto reitor foi o Revmo. Pe. José Erineudo Ferreira de Souza, sacerdote diocesano, que assumiu o seminário em 31 de Julho de 2006 e permaneceu até dezembro de 2009. O sétimo reitor foi o Revrno. Pe. Geraldo Cardoso de Oliveira, sacerdote do clero diocesano de Brasilia-DF (do Caminho Neocatecumenato) que assumiu o seminário de  janeiro de 2010  e permaneceu até Dezembro de 2013. O oitavo e atual reitor é o Revmo. Pe. Francisco Moreira otaviano, sacerdote diocesano que assumiu o seminário em janeiro do ano de  2014.

Em decorrência das mais variadas transformações ocorridas nas ultimas décadas, podemos sublinhar, que de igual maneira, se percebeu a necessidade de fomentar nos nossos jovens o continuo desejo de seguir Jesus Cristo mediante a doação generosa de suas vidas. Na impostação desse ideal de vida, seja mencionado o grande desafio de propor vias diferentes para servir melhor na edificação do Reino de Deus. Essa meta, e outras mais, têm sido ao longo os últimos anos na vida da nossa Igreja particular de Quixadá alvo do empenho evangelizador, tendo em vista uma maior eficácia à propagação do Reino.

Os esforços e doações somam-se constantemente para demonstrar o significado inestimável do que é semear as sementes do reino. Todavia, esse dinamismo, de forma visível, expressa a todos a exigência profunda de vidas que se doam por esta causa. Após quarenta anos de caminhada da Diocese e trinta e quatro anos da construção do Seminário, pode-se dizer e afirmar a certeza do Amor infinito de Deus que tudo sabe e quer; o qual constantemente está assistindo a cada batizado deste rebanho na edificação do povo de Deus. Muitas transformações e renovações efetuadas graças à ação providencial do Pai celeste, uma vez que as forças humanas não bastariam para perpetuar a beleza das maravilhas de Deus. Tudo surge e permanece como beneficio de Deus. Cada vida doada, cada sim, cada ação para o bem se apresenta dentro daquele dinamismo que, somente de Deus pode tomar força.

Assim, Deus fez – e faz – grandes coisas por esta Diocese, não faltando com Sua assistência e bondade, e hoje continua a operar com sua providência e bondade, conduzindo-nos segundo Seu designo de Amor.

rainhadosertaoSeminário Maior Diocesano Nossa Senhora Imaculada Rainha do Sertão.
Diocese de Quixadá-CE

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