Misericórdia na Família: Dom e Missão

Na primeira parte da 44ª Assembleia Diocesana de Pastoral, Dom Angelo realizou a exposição do tema central do encontro, partindo do estudo da Exortação apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia – Sobre o amor na família, originado após dois anos de reflexões do Papa Francisco e dos bispos participantes nos dois sínodos sobre a família, realizados em 2014 e 2015.

Dom Angelo considera a exortação apostólica Amoris Laetitia ser o manual rico que vai direto à prática do evangelho no contexto nova evangelização e expressou seu desejo pessoal de que todas as comunidades pudessem estudar o documento com todas suas famílias.

Inicialmente, afirmou que a missão é um sentimento de compaixão: “Missão não é só uma ordem que nós recebemos, mas um sentimento de compaixão de verdade para com aqueles que não descobriram ainda o caminho de Deus. Ou seja, estar contente com o caminho que Deus revelou quando por pura misericórdia vem ao nosso encontro”, disse.

Espiritualidade familiar

Segundo Dom Angelo, a concepção do Papa Francisco sobre espiritualidade na família tem é a de uma espiritualidade unificada com o diálogo em família, com os “pés no chão”, no trabalho, no cumprimento das suas responsabilidades e não de uma mística desligada do contexto familiar, que as vezes se dialoga na Igreja, mas esquecendo de dialogar com os filhos e de expressar comunhão de se perdoar a cada dia e de recomeçar. “Espiritualidade é tudo aquilo que nos permite fazer o bem em comunhão com os outros”, afirmou.

A vocação da família é ter o olhar fixo em Jesus

A exortação ensina que no meio das famílias deve ressoar sempre o primeiro anúncio, o qual deve ser sempre fonte de inspiração na educação das famílias, do contrário, não gera vida e sim uma penitência e o mistério da família só pode ser compreendido à luz do amor infinito do pai, que fora manifestado em Jesus Cristo. “Muita gente, evita o casamento porque não quer compromisso, porque o amor de Deus é diferente do amor humano, é um amor que assume os sofrimentos do outro”, falou Dom Angelo sobre o capítulo terceiro.

O amor que se torna fecundo

A respeito da vida, dos filhos, sobre o capítulo cinco da exortação apostólica, o assessor destacou a sexualidade não é só o complemento do casal, mas, deve-se estar aberto em ato de amor profundo e gerar vida que é a grande missão dos esposos. “Todo ato sexual deveria estar aberto a um ato de amor profundo, mas também aberto à vida, porque é a grande missão, e gerar vida é um dom de Deus; os filhos são a alegria do casal, a plenitude do casal que funde e neste amor gera vida, como Cristo que se fundindo com a humanidade gerou a Igreja”, disse.

Família, ministério de educação dos filhos

O capítulo sétimo apresenta a vida familiar como contexto educativo e sobre este, o bispo assessor, se refere à família como a primeira responsável na proteção e formação dos filhos em todos as suas fases inclusive no seu fim: “Os pais têm uma obrigação muito séria, uma missão fundamental. É um ministério dentro da família educar os filhos”, afirmou.

Na segunda parte da assembleia, os participantes se reuniram em dez grupos para discutirem perspectivas pastorais para a evangelização das famílias e que serão apresentadas na plenária no segundo dia do encontro.

Por: Sem. Arysson Magalhães