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O Sinal do Discípulo – Artigo

EronildoooooooO Sinal do Discípulo

Muitos dos fiéis que hoje frequentam as nossas assembleias litúrgicas e muitos dos agentes de pastoral das nossas comunidades, assim como eu, fomos catequizados com outros métodos. Eram também outros tempos. As poucas opções de lazer nas cidades ainda pequenas e a vida em torno do núcleo familiar nas regiões rurais, por sua vez, favorecia maior assimilação da catequese na vida. Era muito importante aprender as respostas exatas para as perguntas relacionadas aos mandamentos da Lei de Deus; da Igreja; sobre os sacramentos; as virtudes e pecados; as orações fundamentais; um pouco de Doutrina; e sobretudo, o correto comportamento na Igreja.

Dentre as tantas respostas que tivemos que aprender era esta: Qual é o sinal do cristão? Ninguém pestanejava e levantava logo a mão para responder por primeiro: O sinal do cristão é a Cruz.

Como a Doutrina da Igreja é perene a resposta a esta pergunta não poderia ser outra. E é sempre ocasião oportuna para uma breve catequese para os pais e padrinhos durante a celebração do Batismo. Quando marcamos a fronte da criança com o sinal da cruz se diz: o nosso sinal é a Cruz de Cristo.

Se a Doutrina é perene, a compreensão da fé pode e deve progredir na medida em que nos tornamos adultos. É daí que os batizados, marcados com o sinal da Cruz, são chamados a não só receber um sinal, mas se tornar um sinal. O batizado que tem a consciência de ser discípulo de Jesus e de pertencer também a uma comunidade de irmão é chamado a ser um sinal de amor.

O sinal do cristão adulto na fé, ou seja, do discípulo de Jesus é o amor fraterno. É o que diz o Evangelho desse Domingo: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros”.

Este é o grande sinal que somos chamados a ser, especialmente neste ano santo da Misericórdia. “Misericordiosos como o Pai”. Experimentando no coração o amor com que o Pai amou-nos, mandando o seu Filho, que antes de abraçar a paixão, deu o mandamento do amor aos seus discípulos como testamento.

O amor pode não ser acreditado e nem mesmo compreendido. Às vezes se torna até escandaloso, no sentido de parecer insensatez. No entanto é só o sinal do Amor que dá sentido ao sinal da Cruz. Aquele que se contempla cravado sobre o lenho da cruz não é outro senão o Amor feito sinal concreto. O Amor não amado que São Francisco cantou com a própria vida, e que todos os que o viam ficavam tocados dizendo: “Tão cheio de amor, que já não se sabe se é Francisco ou se é Cristo”.

Pe. Antonio Eronildo de  Oliveira

Vigário Geral Diocese de Quixadá