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O nome de Deus é misericórdia- Artigo

O Nome de Deus é Misericórdia

Há alguns dias recebi de presente mais um livro. Trata-se de um livro especial oferecido pelo Bispo aos padres, num contexto todo especial para a Igreja e para o ministério pastoral de cada sacerdote. O titulo do livro é muito sugestivo “O nome de Deus é Misericórdia” e o autor é o Papa.

Quando o Papa Francisco proclamou o ano santo da misericórdia parece que a sua mente se voltasse para duas realidades fundamentais e intimamente dependentes. Primeiro: que relacionamento o homem moderno estabelece com Deus? Se para o homem moderno Deus é patrão, eu para Ele sou um funcionário que tenho que dar conta das minhas obrigações contratadas; se Deus é o provedor das minhas necessidades materiais, eu em relação a Ele sou apenas um assistido; mas se Deus para mim é Pai, eu em relação a Ele sou filho e me relaciono com os outros

Esta é uma grande oportunidade para repensarmos a nossa maneira de visão e de relação com Deus. Afinal, o programa de vida e o critério último do julgamento de nossa conduta no tempo que Deus nos permite serão: “sermos misericordiosos como o Pai do céu é misericordioso”. Esta  é a segunda intuição do Papa para este ano Santo. Se de um lado a cultura moderna, marcada pelo materialismo e pelo individualismo consumista, exclui Deus e sua principal expressão: a misericórdia; porque para muita gente tudo lhe é devido e calculado a partir de uma cifra material; esta mesma cultura também é marcada pela indiferença, pela rebeldia e pelo descuido. É por isso mesmo que o grande envolvido nesse programa espiritual e pastoral do ano da misericórdia, em ultima análise é o homem. Mas atenção! Não é o homem genérico ou abstrato. É o homem ou a mulher concretos que sou eu que lhe escrevo, ou não resta dúvida de que o nome de Deus é, sempre foi, e será Misericórdia. Ele nunca retirou um milésimo sequer do seu amor que é eterno e mais profundo do que o amor de qualquer mãe. Mas o mesmo honestamente falando, ninguém pode dizer de si mesmo. Meu amor por Deus e pelos homens, e pela nossa casa comum – basta pensar na indiferença religiosa, na propagação midiática do ateísmo, na violência física e verbal com que nos agredimos, na proliferação das leis anti-vida que se aprovam por modismo, na depredação irresponsável da criação, e para abreviar – a coisificação do ser humano. Este ser humano chamado a ser misericordioso como o Pai, tem muito de caminho a percorrer.

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Pe. Eronildo Oliveira
Vigário geral da Diocese , Coordenador de Pastoral ,Pároco da Paróquia Jesus,Maria e José e Professor de Teologia na Faculdade Católica Rainha do Sertão