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A fé que causa admiração a Jesus – Artigo

A fé que causa admiração a Jesus 

EonildoNo Evangelho nunca vemos uma palavrinha sequer de Jesus elogiando a fé dos judeus e a dos seus discípulos. No entanto, Ele se admira muitas vezes da fé dos pagãos.

Em época de “crise” de fé como a nossa, a passagem do Evangelho desse Domingo cai muito bem para fazermos uma reflexão sobre a qualidade da nossa fé de cristãos. Não penso de tratar do conteúdo da fé enquanto conjunto das verdades reveladas. Sobre isso os catecismos e a própria catequese fazem um bom serviço. Penso, aliás, na fé enquanto ato, nas suas motivações e expressões.

O texto de Lc 7,1-10 narra o episódio da cura do empregado do oficial romano, que tem como desfecho a exclamação de Jesus: “nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé”.

O que há de tão especial no ato de fé deste pagão que causa admiração em Jesus? Vejamos: Israel (que era o povo da aliança, o povo da promessa, o povo da Lei de Deus). O oficial romano manifestou uma fé tão grande, maior do que se poderia imaginar que um israelita pudesse manifestar. Fez isto de várias maneiras.

Primeiramente ele buscou a Jesus: Aquele homem não buscou a solução nos deuses romanos, nem nos deuses gregos, deuses que cresceu aprendendo a confiar neles. Pelo contrário, aquele oficial buscou a pessoa certa: Jesus, o Salvador.

Em segundo lugar, a fé do oficial romano foi movida pelo amor. Pela sua posição de superioridade em relação ao seu empregado, este alto funcionário do império poderia ter desprezado seu criado não se importando com ele. Mas sua fé foi movida pelo amor e pela compaixão pelo seu empregado.

Outra característica dessa fé é que estava revestida de humildade. “Não, senhor! Eu não mereço que o senhor entre na minha casa”. Aquele homem reconheceu sua pequenez diante do glorioso Jesus. Poderia ter se exaltado ou até mesmo exigido de Jesus a cura de seu empregado, pois era um importante comandante militar romano, pedindo algo para um judeu, que fazia parte do povo dominado.

Concluindo, a fé do oficial se baseava na autoridade e no poder espiritual de Jesus. Sua fé na autoridade e no poder de Jesus foi tão grande que ele entendia que se Jesus desse apenas uma ordem dali mesmo, o seu servo seria curado: “Não, senhor! Eu não mereço que o senhor entre na minha casa. Dê somente uma ordem, e o meu empregado ficará bom”. O romano, que pouco ou nada conhecia da Palavra de Deus, admiravelmente creu que não seria preciso nada físico ou material (nem mesmo a presença física de Jesus) para que seu servo fosse curado. Tem sido assim a manifestação da nossa fé? A nossa fé está revestida dessas qualidades?

Pe. Antonio Eronildo de Oliveira

Vigário Geral Diocese de Quixadá