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Tu me amas? – Artigo

EronildoooooooTu me amas? 

As grandes realizações só acontecem a partir de grandes ideais. As grandes tarefas que se impõem na vida de cada um de nós exigem grande disponibilidade e convicção. Muito mais ainda para assumir a vida como missão se exige uma grande força interior que liga a pessoa a Jesus de forma incondicional. Exige muito amor.

No Evangelho deste Domingo, antes de confiar a missão de pastorear o rebanho do Senhor, Pedro deve responder três vezes à pergunta: “tu me amas?” O Senhor sabe qual o nível de convicção e de constância com que Pedro e cada um de nós somos capazes de responder concretamente a esta pergunta. Mesmo assim, muito mais do que responder a Jesus, o mais difícil é responder para nós mesmos: se; como; quanto e quando amamos a Jesus.

Muitas vezes as condições que pomos a nós mesmos para empreender uma profissão, um serviço na sociedade ou na Igreja, abraçar um estado de vida como o matrimônio, a vida consagrada ou o sacerdócio, são os meios materiais, a saúde física, a idade, as competências intelectuais, o tempo, etc. Não sei se é tudo errado. Mas, a partir desta página do Evangelho, nos sentimos obrigados a rever nossos raciocínios. A única coisa realmente necessária para ser discípulo de Jesus e assumir a missão é o “amar mais”.

Graças a Deus tenho escutado muitas vezes de pessoas que descobriram a alegria da fé e do serviço esta expressão que muito me anima e questiona: “o Senhor me está chamando para amar mais”.

Na belíssima oração de Charles de Foucould, chamada “oração do abandono”, a um certo ponto se reza: “Nas Tuas mãos entrego a minha vida. Eu a dou as Ti, meu Deus, Com todo o amor do meu coração, Porque Te amo. E é para mim uma necessidade de amor dar-me, entregar-me nas Tuas mãos sem medida.

Todos os que se reconhecem, de verdade, criados e salvos no amor, sentem essa exigência de amar mais ardendo em seu coração. Por este ideal de consumar-se no amor são capazes de doar os bens, os afetos, os melhores anos da vida, o tempo, o corpo e a vida toda.

Quanto estamos dando de nós mesmos para a humanidade? Quanto estamos dando de nós mesmos para o progresso integral do nosso país e da nossa cidade? Quando estamos dando de nós mesmos pela evangelização em nossa paróquia e comunidade? Quanto estamos dando de nós mesmos pelo bem da nossa família, do casamento e dos filhos?

De fato o Senhor quer saber: “Tu me amas”?

Pe. Antonio Eronildo de Oliveira

Vigário Geral da Diocese de Quixadá