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NOSSA SENHORA DE FÁTIMA: UMA MÃE PARA O MUNDO

NOSSA SENHORA DE FÁTIMA: UMA MÃE PARA O MUNDO

Em 13 de maio de 1982, S. João Paulo II – um ano após o atentado que sofreu – proferiu a sua homilia em Fátima, comentando o momento da crucificação (Jo 19, 25-27) em que Cristo, em meio ao seu terrível sofrimento, disse a Maria “Mulher, eis aí o teu filho” e, depois, a João “Eis aí a tua Mãe”. O Papa de então exclamava: “Este foi um testamento maravilhoso”. Ou seja, o próprio evangelista registra o testamento de Jesus: a sua principal herança para o mundo é sua própria Mãe. Aquela que foi honrada com a Maternidade divina torna-se mãe de todo o gênero humano.

É o que o santo papa polonês chamou de “o mistério da maternidade espiritual” que tem um “alcance universal”. A orfandade absoluta do mundo e de cada homem e mulher cessou aos pés da cruz. Portanto, toda casa pode ter uma mãe, desde que os filhos tenham a mesma atitude de pronta acolhida que teve o discípulo amado: “E a partir dessa hora, o discípulo a recebeu em sua casa” (v. 27).

A Mensagem da Virgem de Fátima pode ser resumida em duas palavras: conversão e penitência. É curioso que essa é a mesma mensagem de Jesus no início do seu ministério público. Mas é igualmente algo próprio de qualquer mãe. Qual mulher que concebeu um filho na plena liberdade do amor e que não lhe pede insistentemente que caminhe no rumo certo, que se decida por Deus, que não viva no vício e no desregramento? A mensagem de Fátima é apelo de mãe. “À luz do amor materno, nós compreendemos toda a mensagem de Nossa Senhora de Fátima”, dizia o nosso querido homem vestido de branco. Uma mãe que fala a crianças, pois Cristo mesmo advertiu que a simplicidade e a docilidade delas era a medida da possibilidade da nossa salvação (cf. Mt 18, 3-4).

Hoje é dia de escutar a mãe que Deus nos deu. É hora de recebê-la mais uma vez em nossa habitação. Pois o beijo, o olhar, o carinho de uma mãe têm o poder de curar feridas e cessar o pranto. E é disso que mais precisamos neste tempo de calvário, de provação e de crise.

Por: Dr. Rudy Albino de Assunção